Nas comunidades, cujas águas pairam no quintal das residências construídas as margens do rio Acre, os moradores estão em alerta. A situação ainda não é desesperadora, mas o medo da enchente é eminente. Na capital, mais de 40 famílias tiveram que deixar suas casas por conta da cheia do rio São Francisco.
O rio Acre, que aos 13,5 metros atinge a sua cota de alerta e aos 14 metros a sua marca de transbordamento, até o final da manhã de ontem, já atingia a marca dos 13,95 metros. Volume suficiente para deixar os órgãos municipais como Defesa Civil e Corpo de Bombeiros em estado de alerta 24 horas por dia.
Mesmo com o monitoramento diário feito pelos órgãos competentes, o nível das águas tem o olhar atento dos moradores. Nas casas onde o rio Acre, o São Francisco e outros igarapés ameaçam transbordar devido o período de chuvas, as famílias acompanham de perto cada centímetro a mais nas águas.
“De hora em hora desço para ver a marca d’água. Todo mundo tem um jeito de monitorar o rio. Eu coloco um pedaço de pau próximo ao leito e fico observando se ele está subindo rápido ou devagar. Por enquanto, ainda dá para ficar mais um pouco. Se continuar subindo assim, o jeito mesmo é ir para o abrigo. Ano passado, fiquei quase um mês no Parque de Exposições por causa da enchente”, diz o morador do bairro Seis de Agosto, Raimundo Silva.
No bairro Ayrton Sena, a situação também preocupa. Com as águas batendo à porta, muitos moradores temem ter que sair de casa às pressas, caso o rio Acre resolva subir ainda mais da noite para o dia. Um deles é o aposentado José Martins de Freitas. Ele conta que preferiria sair de casa enquanto o manancial não representa tanto perigo.
“Ano passado esperamos até a última hora para sair, o que foi um horror. Tivemos que retirar os móveis com a água dentro de casa. Pior do que ter que sair de casa, é ficar dentro dela sabendo que a qualquer momento a enchente pode nos expulsar”, teme o morador.
Segundo as informações fornecidas pela equipe do monitoramento da Defesa Civil, até às 11h30min de ontem, os rios apresentavam as seguintes cotas (em metros):
Rio Juruá (Cruzeiro do Sul) – 12,84 – (cota de alerta: 11,80);
Rio Iaco (Sena Madureira) – 12,53 – (cota de alerta: 14,00);
Rio Tarauacá (Tarauacá) – 10,40 – (cota de alerta: 8 metros);
Rio Acre (Rio Branco) – 13,95 – (cota de alerta: 13,5);
Rio Acre (Assis Brasil) – 4,80 – (cota de alerta: 11,30);
Rio Acre (Brasiléia) – 7,90 – (cota de alerta: 9,80);
Rio Acre (Xapuri) – 11,74 (na quarta-feira) – (cota de alerta: 12,50).
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