domingo, 16 de outubro de 2011

Ex-vereadora pode revelar quem mandou assassinar Edmundo Pinto Gilson José dos Santos, um dos acusados de matar o governador, disse na CPI da Pistolagem em 1992, que recebera dinheiro para cometer o crime.

A coluna Bom Dia, do jornal A Tribuna, divulgou notas na edição desta quinta-feira onde a ex-vereadora Mariazinha de Nazaré, uma das mais polêmicas que já passou pela Câmara de Cruzeiro do Sul, afirma conhecer um adolescente que ouviu dois homens tramando a morte do ex-governador Edmundo Pinto.

De acordo com o jornal, a ex-vereador conta toda a história em um livro de sua autoria, intitulado “Histórias e Desafios de Trajetória que a História não Conta”, a ser lançado em breve na capital acreana. A seguir, as notas:

O livro

Em um livro de 161 páginas e intitulado “Histórias e Desafios de Trajetória que a História não Conta”, Mariazinha de Nazaré, ex-vereadora em Cruzeiro do Sul, vai mexer com a classe política, onde alguns personagens vivem hoje entocados na zona de conforto do imenso abismo do esquecimento em que mergulhou o passado recente do Acre.

O livro II

E ela tem o que contar. A empresária e ex-vereadora revela, na página 81, que um adolescente lhe procurou desesperado no dia da morte do governador Edmundo Pinto, em São Paulo, para dizer que tinha ouvido dias atrás, em um quarto de hotel de Cruzeiro do Sul, dois homens tramando a morte do governador.

O livro III

“Não temos condições de eliminar esse governador aqui, pois a única saída é de avião. E nós não temos experiência de floresta. Aqui não dá! Já estudamos todo o local e não tem condições. Você tem que saber quando ele vai viajar para outro local,”. Este é o trecho em que Mariazinha de Nazaré descreve parte da conversa que o rapaz teria ouvido no quarto do hotel.

Cassada

A autora é ex-vereadora e foi cassada em 1995. Ela registrou a sua versão sobre a cassação que lhe tirou um mandato de vereadora, em 1995. Na página 93 diz que o presidente da Câmara lhe procura e diz que em uma sessão secreta os vereadores decidiram criar mais um cargo de assessoria e aumentar os próprios rendimentos com a nomeação de parentes “laranjas”.

Cassada II

Mariazinha disse que ele queria comprar o seu silêncio. “Queriam me obrigar a nomear meu marido ou uma das filhas, e essa seria a condição para que eu calasse a boca. Em troca os vereadores não cassariam meu mandato”, diz. Ela foi expulsa da Câmara por acumular o cargo de vereadora com outro, no governo Orleir Cameli. Sua função no governo não era remunerada, mas, mesmo assim, foi cassada.

Edmundo foi morto 48 horas antes de depor em CPI
Na madrugada de domingo do dia 17 de maio de 1992, Edmundo Pinto foi morto a tiros por três homens no apartamento 707 do hotel cinco estrelas Hotel Della Volpe Garden, na Rua Frei Caneca, no bairro Centro, em São Paulo. Os criminosos roubaram Cr$ 500 mil cruzeiros do apartamento que o governador ocupava o hotel desde a noite de 14 de maio.

Os mesmos criminosos roubaram US$ 1.500 doláres de John Franklin Jones, hóspede do apartamento 714 e funcionário do banco norte-americano Northeast.

O assassinato do Pinto ocorreu menos de 48 horas antes de depor na CPI do Congresso que investiga o caso do próprio governador ser suspeito na malversação de verbas para a construção do Canal da Maternidade, com recursos do FGTS (Fundo de Garantia de Tempo de Serviço), que está envolvido o ex-ministro do Governo Collor, Antonio Rogério Magri, o que não se confirmou meses depois. Porém a suspeita caíram sobre disputas partidárias acreanas e até queima de arquivo.

Jones disse para a polícia que os assaltantes eram três mulatos.

Posteriormente os acusados de matar Pinto foram presos graças aos depoimentos das testemunhas do hotel, incluindo Jones.

A polícia concluiu como latrocínio (roubo seguido de morte), já que houve luta corporal (Pinto foi atingido por três tiros, um não acertou, pois foi de raspão na cabeça), mas no Acre e a opinião pública brasileira não acreditaram na versão.

Gilson José dos Santos, um dos acusados de matar o governador, disse na CPI da Pistolagem em 1992, que recebera dinheiro para cometer o crime.

O crime não foi solucionado até hoje, apesar das tentativas de reaberturas, como de 2003.

Ele a viúva, Fátima Almeida, e três filhos, entre eles o vereador Rodrigo PInto, que exerce mandato na Câmara de Rio Branco. (Wikipédia)

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