sexta-feira, 23 de março de 2012

Morre o imortalizado Chico Anysio - O professor Raimundo

O humorista Chico Anysio morreu às 14h52 desta sexta-feira (23) no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, onde estava internado havia mais de três meses.
Era filho de Francisco Anysio, um dos homens mais ricos do Ceará, e de dona Haideé Viana de Oliveira Paula. Sua mãe era “especialíssima”, e embora tendo um problema grave no coração, morreu aos 89 anos de idade. O pai tinha uma enorme empresa de ônibus, que um dia pegou fogo, e ele foi dormir rico e acordou pobre. Chico Anysio nasceu na cidade de Maranguape, no dia 12 de abril de 1931. O pai de Chico foi casado quatro vezes e teve 17 filhos, dos quais só uma morreu. Aos oito anos o garoto foi com a família para o Rio de Janeiro e já começou a imitar as pessoas, e para ir ao cinema ou ao futebol, economizava o dinheiro do bonde, indo a pé para o colégio. Com 14 anos começou a ir aos programas de calouros do Rio e depois de São Paulo, e ganhava todos. A ponto de não o aceitarem mais. Foi ao “Programa Ary Barroso”, à “Hora do Padre”, ao “Trabuco”do Vicente Leporace, em São Paulo. E logo Renato Murce o aproveitou para um show. Lá, fazeia suas imitações nos clubes do Rio e ganhava seus cachês. Estudou para ingressar na Faculdade de Direito, passou, mas não cursou. Foi contratado para o rádio e depois de 15 dias, já tinha quatro profissões: era ator, locutor, redator e comentarista esportivo. Gostava de tudo e fazia tudo perfeitamente bem. Era a Rádio Guanabara. Foi galã de novelas, mas logo preferiu a linha de shows e de comédias, ao lado de Grande Otelo, Chocolate, Luiz Tito. E foi se multiplicando, sem nem mesmo ele saber como. Chegou um momento, porém, já na televisão, que achou que devia escolher uma estrada para ele. E escolher ser “vários”. Decidiu fazer vários personagens. E isso passou a ser o seu “diferencial”. Pensava: “Se um personagem cansar, ele sai, e fica outro. Foi ele que cansou, não eu. Chegou a fazer 207 personagens na televisão. Seu começo nesse veículo de comunicação foi em 1957, fazendo o “Professor Raimundo”, na TV Rio. 

Conheceu o Boni, que nele confiou totalmente, e a quem reverencia até hoje, como sendo o homem que mais entende de televisão. Foram 16 anos de grandes programas. Fez: “Chico Anysio Show”, “Chico City”, “Estados Unidos de Chico City”, “Chico Total”. Em todos eles apareceram seus tipos imortais, como os citados àcima e mais a “Salomé”, o “Painho”, o famoso “Profeta”, e tantos outros. Francisco Anysio se tornou o número um, entre os comediantes do Brasil. Mas aí teve uma queda e fraturou a mandíbula. Ficou um tempo com a dicção praticamente imobilizada. Foi para os Estados Unidos e sua recuperação aconteceu lentamente. Voltou com a “Escolinha do Professor Raimundo” e mais recentemente com “Zorra Total”, em que faz vários tipos famosos. Casado seis vezes, o comediante tem oito filhos, sendo um adotado. Este é seu empresário. Os outros, que são adultos, também estão ligados à arte. Tem dois filhos pequenos, de seu casamento com Zelia Cardoso de Melo, que moram nos Estados Unidos. Só a caçula é mulher e seu nome é Vitória. Não sou ator. Sou Médium”. Essa afirmação ele faz, num tom entre a brincadeira e a reflexão, e se pode ver em seus olhos, uma luz de gratidão, pois nem Francisco Anysio consegue explicar o inexplicável, que é Chico Anysio.

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