terça-feira, 10 de abril de 2012

“Nova oposição” planeja implodir pré-candidatura de Tião Bocalom

A seis meses das eleições e a três meses das convenções partidárias, um cavalo grego ameaça atropelar Tião Bocalon, que não é unanimidade nem mesmo dentro do seu partido, o PSDB. A rasteira tem um líder: o deputado federal Márcio Bittar, presidente da Executiva Estadual tucana e, indisfarçavelmente, interessado na sucessão municipal. PMDB e PSD comporiam o novo desenho da oposição com pretensões de tomar o governo em 2 anos e fazer a segunda vaga no Senado.
O senador Sérgio Petecão é consenso para o Governo do Acre, enquanto a cadeira de senador teria postulante único: o deputado federal Flaviano Melo (PMDB).
O roteiro da nova oposição no Acre é costurado em Brasília e sequer leva em conta o seu mais novo aliado, o deputado federal Gladson Cameli (PP), dissidente da Frente Popular na esperança de ser escolhido o único candidato ao senado em 2014.
A reviravolta é confirmada por pré-candidatos do PSDB, que avisam: os três parlamentares já planejam destituir as executivas municipais e trazer de volta o PPS, ex-partido de Bittar. Os apoiadores de Bocalom acreditam que as articulações estariam acontecendo porque a estrutura da prefeitura não poderia ser usada para bancar financeiramente a candidatura da oposição ao Governo do Acre caso ele seja eleito prefeito.
A decisão de tentar uma nova formação de chapa dos partidos de oposição teria saído de uma sondagem realizada com os partidos de oposição, que mostra que as legendas apoiariam Márcio Bittar caso ele fosse o candidato do PSDB.
Neste caso, Bocalom, que lançou-se publicamente com a presença do senador Aécio Neves e José Serra, pode sofrer o vexame de ser desautorizado pelo próprio partido a disputar a cadeira hoje ocupada por Raimundo Angelim (PT).
Desarticulando pré-candidato tucano em Tarauacá
A primeira baixa entre os pré-candidatos do PSDB poderá acontecer no município de Tarauacá. Paulo Ximenes, que recebeu apoio do PP para se lançar candidato a prefeito, não deve resistir ao plano da oposição e ser destituído da presidência da executiva municipal tucana, sendo obrigado a retirar seu nome para o PSDB apoiar a reeleição da candidata do PSD.
O dirigente partidário diz que tomou conhecimento dos procedimentos da executiva estadual e disse que vai esperar o comunicado oficial do PSDB. Ximenes afirmou ainda que sua pré-candidatura não seria obra do acaso, mas faria parte de um acordo assinado na executiva nacional sobre o lançamento de possíveis candidaturas do partido no Acre.
“Fui informando desta manobra. Não sei qual seria a motivação desta decisão, mas para destituir uma executiva municipal é preciso das assinaturas do presidente regional [Márcio Bittar] e do primeiro secretário [Tião Bocalom]. O presidente do PSDB teria que justificar quais os motivos para a destituição”, diz Paulo Ximenes.
Brasiléia, outro alvo
Outro pré-candidato do PSDB que estaria em pé de guerra com a executiva estadual seria o professor Emerson, de Brasiléia. Procurado pela reportagem, o pré-candidato confirmou que existiria uma articulação para retirar seu nome. O PSDB apoiaria o pré-candidato Everaldo (PMDB), numa troca de apoio para Bittar na cidade de Rio Branco.
O professor Emerson, que também é presidente municipal do PSDB, diz que se for confirmado o acordo o presidente Márcio Bittar estaria descumprindo o estatuto do partido. “Pelo estatuto teria que haver uma resolução do presidente e do secretário geral do partido, para destituição da executiva municipal”, destaca.
O dirigente partidário disse ainda que sua destituição teria que ser votada e receber 2/3 dos votos dos membros da executiva estadual.
Pré-candidatura de Jamyl Asfury seria retirada “por cima”
Caso se confirme a retirada de Tião Bocalom e o nome de Márcio Bittar seja confirmado como candidato do PSDB à prefeitura de Rio Branco, a pré-candidatura de Jamyl Asfury (DEM) seria rifada também. De acordo com informações do professor Emerson, ele teria uma gravação confirmando que Márcio Bittar planeja retirar o nome de Asfury, através de Agripino Maia, presidente nacional do DEM.
Gladson Cameli fora da “nova oposição”
O racha eminente do PSDB denunciado pelos pré-candidatos tucanos atingiria ainda as pretensões de Gladson Cameli (PP), que é considerado pelos líderes da “nova oposição” como uma ameaça. Cameli sonha em se articular como candidato ao Senador federal pela oposição, já que dentro da Frente Popular não teria como fazer a negociação.
O engenhoso plano de Márcio Bittar, Sérgio Petecão e Flaviano Melo, foi classificado pelos tucanos arredios, como o golpe da oposição não confiável. A reportagem tentou contato com Márcio Bittar pelo telefone (68) 8403-50**. Mas seu celular estava fora do ar. A assessoria do parlamentar informou que ele teria viajado para Brasília. O pré-candidato Tião Bocalom preferiu não se pronunciar sobre o assunto.

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