domingo, 4 de novembro de 2012

O agente duplo vazou informações, a polícia não prendeu ninguém e o dinheiro sumiu…

Quem participou apenas do primeiro turno das eleições 2012 tem até a próxima terça-feira (6) para apresentar a prestação de contas no Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TER). Poucos candidatos e pouquíssimos partidos escapariam da Justiça Eleitoral se a prestação de contas fosse submetida ao rigor das lupas. No Acre, essa linha existente entre o realismo e a hipocrisia não é diferente.
Entre brigas, intrigas e estratégias, destaque para a questão financeira, setor de arrecadação de dinheiro pelos comitês financeiros dos partidos. Os valores arrecadados pelos dois principais candidatos que se enfrentaram no primeiro e segundo turno dariam para solucionar muitos dos problemas da capital. São cifras milionárias, ainda não disponíveis em sua totalidade no site do TSE.
Eleição não se faz sem dinheiro. E com eleições cada vez mais profissionais, a competição exige muito dinheiro. Há regras para o uso dos recursos e para as doações oficiais. Mas de onde vem tanta grana, uma vez que a campanha visual feita por cada partido não condiz com o que está sendo declarado?
Até mesmo no ninho dos tucanos, que se apresentaram como os defensores da ética e da moralidade, os “boatos” sobre desvio de fundos de campanha são muitos. Uma fonte do partido, afirmou que uma semana antes das eleições o tacho foi raspado e no desespero para garantir ajuda de custo a fiscais e delegados no chamado dia “D”, uma “vaquinha” foi feita com a participação das principais lideranças de oposição.
A famosa “vaquinha” não chegou ao seu principal destino: os fiscais e delegados. Para agudar ainda mais a crise, a fonte revelou ao ac24horas que R$ 300 mil arrecadados pelo partido também deixaram de ser utilizados na estratégia que deveria garantir a “vitória” do partido. Os coordenadores de campanha do PSDB não informaram quanto foi arrecadado em doações e fundo partidário. Nas informações do Tribunal Superior Eleitoral, R$ 350 mil foram declarados como repasses apenas da Direção Nacional do PSDB.
Sem as camisas azuis nas ruas, confecção de bandeiras, compra de cartões telefônicos e a ajuda de custo, a pressão é grande para a coordenação de campanha tucana que nas últimas semanas vem gastando muita energia para explicar onde foi investido tanto dinheiro na reta final de campanha.
No dia seguinte poucos souberam por que o esquema não funcionou. Mesmo assim o assunto vazou: os R$ 300 mil reais que seria gastos na reta final foram usados para pagar algumas contas consideradas inadiáveis. Só que até agora, o partido não apresentou os recibos e nem as justificativas. O principal comandante do processo, o ex-candidato Tião Bocalom, disse em entrevista coletiva que “ninguém errou” e que o partido perdeu por causa do uso da máquina pública por parte do adversário, a Frente Popular do Acre.
Agente duplo no PMDB
As informações que têm sido comentadas a boca miúda parte de um agente duplo do PMDB. Apesar do alto clero do PMDB manter segredo sobre as desavenças durante o primeiro turno, o candidato a prefeito derrotado, Fernando Melo, revelou a amigos que foi vítima de vazamento de informações da estratégia de sua campanha.
Segundo ele “um agente duplo” trabalhou para o PSDB e o PT. Este agente seria um influente membro do partido que chegou a controlar toda parte ligada a mídia. Ele também teve livre acesso à produtora contratada pelo PSDB chegando a participar de longas reuniões com os marqueteiros contratados dos Estados da Bahia, São Paulo e Rondônia. Deste último estado, veio o reforço para as estratégias de Segundo Turno.
Ainda segundo informações apuradas pela reportagem, na última semana de campanha Fernando Melo chegou a jogar a toalha. Em reunião com os dirigentes peemedebistas Melo chorou, reclamou e só não anunciou a desistência pela insistência do senador Sérgio Petecão, seu padrinho político na oposição. Chegou a dizer que “isso aqui é uma palhaçada”, referindo-se ao vazamento de assuntos importantes para os adversários. Acusou mas não teve provas para fazer valer a sua vontade de trocar integrantes da equipe. Dessa forma, teve que engolir o agente duplo até o fim.
Agentes do mal – O lado negativo envolvendo os petistas teria sido o pacto feito por militante para que delinquentes se juntassem ao exército vermelho. Em troca teriam proteção. O objetivo era intimidar pessoas que defendiam a candidatura de Tião Bocalom e proteger os que levavam o nome de Marcus Alexandre. Verdade ou não na Baixada do Sol um mar vermelho se formou nos três últimos dias que antecederam a eleição do segundo turno. Tudo isso com o financiamento de suposto dinheiro público.
Levantamento feito pela Transparência Brasil dá a dimensão do custo oficial das eleições municipais de 2004 e 2008. A soma dos gastos de campanhas de prefeitos e vereadores, em 2008, ultrapassou a casa dos 2 bilhões de reais. Um aumento superior a 700 milhões de reais se comparado aos gastos na disputa para a prefeitura, que teve, no último pleito municipal, um número menor de candidatos. Na competição para a prefeitura houve aumento acima de 50 milhões de reais. Havia também um número menor de candidatos inscritos.
Esse é o núcleo da questão formado a partir desse furacão político que atingiu o PT em 2005, chamado de “mensalão”, julgado em definitivo no Supremo Tribunal Federal (STF). Tudo nasceu da aliança entre o PT e o PTB em torno da eleição municipal de 2004.
Da redação de ac24horas

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