terça-feira, 30 de outubro de 2012

FESTA DA FALSA ALEGRIA

POR EVANDRO FERREIRA

O resultado da eleição para prefeito de Rio Branco fez disparar sinais de alarme e luzes vermelhas de alerta para os dirigentes da Frente Popular. As perspectivas da coligação para as próximas eleições majoritárias são absolutamente incertas. Ter nas mãos a máquina estatal e a administração da maior cidade - e colégio eleitoral - do estado não é garantia de nada.

Mais frustrante para quem coordenou a campanha deve ter sido ver que o grande esforço e investimento financeiro que foi feito para colocar, no dia da eleição, milhares de militantes e veículos para conseguir uma vitória folgada foi em vão. Fazia muito tempo que não se via a Frente Popular se esforçar tanto para vencer uma eleição e a diferença ter sido tão pequena.

A pesquisa de intenção de votos da Contilnet/Delta publicadas na véspera do pleito mostrou corretamente que os eleitores estavam divididos e que a eleição seria decidida por um ou outro detalhe. Isso foi confirmado com a diferença de apenas 2,7 mil votos em favor do candidato vencedor. Uma diferença mínima se considerarmos que 182.982 eleitores compareceram para votar. E o detalhe que decidiu essa eleição parece ter sido os votos dos cerca de 5 mil ocupantes de cargos de confiança instalados na administração municipal e estadual que atuam em Rio Branco.

Esses votos eram a 'reserva estratégica' da Frente Popular e contados como absolutamente certos pela cúpula da Frente. Mas mesmo assim, considerando o resultado final da eleição, apenas cerca de metade deles parece ter votado no candidato vencedor. A outra metade não compareceu, votou em branco ou no candidato da oposição. Se este último caso aconteceu, o índice de traição foi extremamente elevado.

O balanço final das eleições majoritárias de 2012 mostra que os candidatos da oposição tiveram cerca de 8 mil votos a mais que os da situação. Em 2010 o atual Governador, Tião Viana-PT, venceu o pleito com uma diferença de cerca de 4,5 mil votos. Em 2012 a oposição tirou essa diferença e colocou uma vantagem de 8 mil votos, indicando que a vantagem em favor da oposição é hoje de pelo menos 12 mil votos.

Para quem tem nas mãos a administração da maquina estatal e da maior cidade do Estado, a vitória de Marcos Alexandre, amplamente ilustrada em sites noticiosos e jornais locais com fotos de militantes e dirigentes da Frente Popular com largos sorrisos, soa, na verdade, como uma falsa alegria. O caminho para uma possível vitória em 2014 se mostra mais difícil do que nunca.

A eleição em Rio Branco mostrou que mais uma vez a população deu um claro recado à Frente Popular, dando mais uma chance para  que ela possa se reinventar e voltar a atuar em harmonia com os anseios das massas.

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