quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Santos e Demônios!

O senador Jorge Viana se especializou em criticar o Judiciário brasileiro. E as críticas do senador petista ocorrem sempre quando o clima é desfavorável a ele ou a quem o cerca. Do contrário é só elogios.

Luciano Tavares, da redação de ac24horas
lucianotavares@ac24horas.com
O senador Jorge Viana se especializou em criticar o Judiciário brasileiro.
E as críticas do senador petista ocorrem sempre quando o clima é desfavorável a ele ou a quem o cerca. Do contrário é só elogios.
Durante a sessão nesta terça-feira, 30, no Senado Federal, o senador acriano, depois de comemorar a vitória de Marcus Alexandre, sobre quem fez repetidas referências em seu discurso, parabenizou a justiça eleitoral, lembrando que o pleito em Rio Branco foi tranquilo.
Jorge Viana parabenizou o desembargador Pedro Ranzi, Presidente do Tribunal Regional Eleitoral, que dois dias após o pleito do 2º turno, em Rio Branco, está em Brasília em busca de recursos para a construção de comarcas eleitorais.
“Quero aqui dizer que hoje recebi a visita do desembargador Pedro Ranzi, que está pleiteando recurso para construção dos fóruns, e o parabenizei”, disse Viana.
Após os rasgados elogios à justiça eleitoral do Acre, o senador mudou seu discurso e passou a criticar o mesmo Judiciário por causa das eleições de 2010, pleito em que diferentemente do que ocorreu no domingo passado, quando o petista Alexandre derrotou Bocalom, o hoje governador Sebastião Viana perdeu para o tucano na capital.
Em 2010 a justiça em parceria com a Polícia Federal agiu com mão de ferro e exitosa fiscalização durante as eleições.
Mas o que para a justiça eleitoral significa manter a lisura do processo, para Jorge Viana é “meter os pés pelas mãos e ação criminosa”. Sem citar nomes, o petista disse: “Nós vivemos uma eleição terrível em 2010 no Acre. Onde algumas autoridades da Justiça Eleitoral se sentiram acima do bem e do mal. Meteram os pés pelas mãos, agiram fora da lei e, certamente, não vai tardar para responder por terem agido de maneira criminosa. estou me referindo a algumas pessoas que tinham a responsabilidade de conduzir o pleito em 2010. Se sentiram acima da constituição e agiram fora dela. A eleição foi intranquila, foi injusta”, disparou o senador da tribuna do senado, em Brasília.
Naquele pleito, o Presidente do TRE era o desembargador Arquilau de Castro Melo.
As críticas ao senador coincidem com algumas ações policiais e judiciais contra ele durante a campanha de 2010.
Foi durante aquela eleição uma denúncia anônima levou a Polícia Federal a apreender documentos e computadores no comitê de campanha e na casa de Jorge Viana.
Na época, investigadores informaram que havia nos computadores listas com nomes de eleitores, números de títulos eleitorais e respectivas seções em que essas pessoas votariam, o que configura crime eleitoral.
Ao saber da operação, na véspera do primeiro turno, conforme investigadores, Jorge Viana telefonou para a então juíza eleitoral Arnete Guimarães pedindo ajuda para reaver os computadores e impedir que a Polícia Federal analisasse os dados. A conversa foi gravada com autorização judicial.
O fato foi parar no CNJ. Arnete Guimarães ficou sob suspeição e se viu obrigada a renunciar o cargo de juíza.
Jorge Viana e seu irmão Sebastião Viana saíram eleitos do pleito, mas arranhados com ações judiciais de abuso do poder econômico e uso da máquina pública.
Essa não é a primeira crítica aberta que Jorge Viana faz à Justiça, sempre que interesses seus os de aliados são feridos. Recentemente ele criticou ministros do STF, por causa do julgamento do núcleo petista (José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares) acusado de chefiar o esquema do mensalão.
Depois de defender seus colegas mensaleiros, o senador do Acre disse: “Só não vale nossos governos indicarem ministros do Supremo e eles chegarem lá e votarem contra por pressão da imprensa”.

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