sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Vivendo e aprendendo com a história Biblioteca da Floresta leva alunos da escola Djalma Teles a Porto Acre para conhecerem o palco das batalhas da revolução


Sala Memória guarda o passado da histórica cidade de Porto Acre
Estudantes do quinto ano da escola pública Djalma Teles Galdino visitaram, na tarde da última quarta-feira, 7, a histórica cidade de Porto Acre, a 60 quilômetros de Rio Branco, para conhecerem o local onde aconteceram os últimos embates da Revolução Acreana.

Promovido pela Biblioteca da Floresta/FEM, o passeio contou com a participação de 22 crianças, que, guiadas pelo diretor da instituição, Marcos Afonso Pontes, aprenderam in loco um dos episódios mais importantes da história do Acre. A diretoria e professores da escola também estiveram na viagem ao município, que durou pouco mais de quatro horas.

Vinte e duas crianças participaram do passeio a Porto Acre
Apaixonados pela nossa história, Solon Quintela e o cineasta acreano Adalberto Queiroz, membros da Confraria da Revolução Acreana, um dos grupos temáticos da Biblioteca, acompanharam o passeio e ajudaram os estudantes a compreenderem o passado da cidade.

A primeira parada foi na Sala Memória de Porto Acre, um dos últimos bens arquitetônicos antigos do município. O local é réplica de uma velha igrejinha, construída no final da década de 1940, e desde os anos 80 funciona como museu de documentos, fotografias e objetos referentes à Revolução Acreana. O espaço traz cerca de 150 peças históricas, 60 delas cadastradas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Guiadas por Artur Sena, que trabalha no local há 18 anos, as crianças se encantaram com as garrafas, moedas, cédulas, panelas, armas e demais objetos que sobreviveram ao tempo. Mas o que mais chamou a atenção dos alunos foi um osso de Purussauro, réptil gigante, semelhante a um crocodilo, que viveu nesta região há cerca de cinco milhões de anos.

No Centro Cultural da cidade, os alunos participaram
de debate sobre a Revolução Acreana
João Vítor tem apenas 10 anos e foi um dos alunos que mais se envolveu com a viagem. “Gostei muito do museu porque ele mostra parte da nossa história. Os homens que pegaram nessas armas foram todos heróis, já que poucos têm a coragem de fazer guerra no meio dessa floresta”, disse o estudante, um dos mais bem avaliados de sua turma, o 5º ano B.

O diretor da escola, Ivo Severino, agradeceu a oportunidade de levar seus estudantes para conhecerem parte da história do Acre no local dos acontecimentos. “Recebemos um verdadeiro presente. Fiquei boquiaberto e maravilhado com as informações aprendidas na viagem. Senti-me como um aluno nesse momento histórico para a nossa escola”.

As trincheiras da Revolução
Há 100 anos, soldados acreanos subiam este
barranco para tomar Puerto Alonso dos bolivianos
Após uma parada rápida no Centro Cultural da cidade, o grupo caminhou até a beira do rio Acre para conhecer os lugares onde aconteceram, em 1903, as batalhas entre acreanos e bolivianos. O local registrou nove dias de intensos combates que resultaram na retomada de Porto Acre (conhecida naquele período como Puerto Alonso) e no fim do conflito.

Os estudantes andarem sobre o platô onde ficava o palácio do comandante José Galvez, as trincheiras cavadas pelo exército acreano para proteção contra os tiros disparados pelos soldados inimigos e o pouco que restou da infraestrutura da casa de renda construída próxima ao rio, onde eram taxados os produtos abastecidos pelas embarcações que ali chegavam.

“A paisagem foi o que mais chamou minha atenção nessa viagem. Foi muito interessante ver o local onde acontecia a guerra porque pude imaginar como era Porto Acre naquela época. Vou contar para todos os meus colegas que não vieram tudo o que aprendi sobre a história da cidade”, disse a estudante Janayra Augusto dos Santos, de 10 anos, do 5º ano D.

O evento contou com o apoio da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE), Escola Djalma Teles Galdino, Confraria da Revolução Acreana e Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof).


(Por Leandro Chaves)



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