terça-feira, 4 de outubro de 2011

A um ano do 1º turno, Eleição 2012 decidirá futuro da oposição e governo

Vista como a disputa eleitoral mais importante da última década, a Eleição 2012 no Acre servirá como termômetro para medir a ascensão da oposição, o enfraquecimento do governo ou o fortalecimento do próprio governo. A grande questão é saber a força de recuperação do Palácio Rio Branco ante a derrota no principal colégio eleitoral do Estado em 2010.
Até o momento, entretanto, a situação continua favorável à oposição. Segundo a pesquisa mais recente A Tribuna/Datacontrol, o tucano Tião Bocalom (PSDB) aparece como o favorito para a sucessão do petista Raimundo Angelim, com 30% das intenções. O aliado de Tião Viana mais bem posicionado é o seu antecessor, Binho Marques, com 15%.
O governo sabe da importância de 2012 e por isso tenta trabalhar de todas as formas para manter seu grupo político, a Frente Popular do Acre, unido. Na análise do governo, mais de uma candidatura seria suicídio.
Indisposto a abrir da cabeça de chapa, o PT quer convencer o PCdoB a soterrar a pré-candidatura da deputada federal Perpétua Almeida. A comunista é apontada como a governista com maiores chances de reverter o quadro e tirar o favoritismo de Bocalom.
Embalada pela reciprocidade de sua candidatura nas ruas, Perpétua tem revelado a auxiliares não desistir do pleito, mesmo que para isso tenha de enfrentar o todo-poderoso PT.
O PT está na difícil situação de não ter um nome com simpatia entre o eleitorado, principalmente entre os mais pobres. As principais estrelas, os irmãos Tião e Jorge Viana, estão fora da disputa por conta de seus atuais cargos; Binho Marques é carta fora do baralho.
Os caciques petistas apostam em nomes que representariam a renovação, como os secretários Daniel Zen (Educação) e Marcos Alexandre (Deracre). O problema é que o atual cenário político não permite ao partido lançar nomes desconhecidos e que venham cair na graça do eleitorado.
O tempo do governo eleger postes acabou, reconhecem os aliados e comemora a oposição. O PT enfrenta, ainda, divisão interna. A militância mais tradicional e ligada ao deputado federal Sibá Machado –outro pré-candidato – não aceita imposição de candidaturas e quer a definição em plenária, com os filiados votando.
PSDB x PMDB
Na oposição a situação é semelhante. As divisões do PSDB foram resolvidas e Bocalom é o candidato-consenso. Para tanto, ele teve que enfrentar a força de Márcio Bittar, deputado federal mais bem votado em 2010 e com ampla força ante a executiva tucana em Brasília.
Apesar da paz aparente, é de conhecimento público que Bocalom e Bittar tão somente se toleram. O deputado também é visto com desconfiança por setores da oposição por conta de seu alinhamento pró-governo. Tais alas exigem uma postura mais dura dele em relação ao Palácio Rio Branco.
Outra rachadura dentro da oposição foi quanto ao apoio do senador Sérgio Petecão (PSD). Tucanos e peemedebista pleiteavam o apoio, ficando com estes últimos a “sorte” de ter em seu palanque o político mais popular hoje em Rio Branco.
Petecão decidiu declarar na semana passada seu apoio oficial ao PMDB, hipótese esta aventada desde o começo do ano pela imprensa e nos bastidores políticos. Afinal de contas, o senador foi o responsável por formatar a candidatura peemedebista, levando o ex-petista Fernando Melo para o “Glorioso”.
Mas como nem tudo é um mar de rosas, os filiados tradicionais também não aceitam a imposição de Fernando Melo. O candidato derrotado ao Senado João Correia se articula para que a escolha fique no âmbito do diretório municipal.
Enquanto o martelo não batido nem de um lado nem do outro, fica a expectativa em relação a 2012. Governistas e oposicionistas têm como certo que o sucessor de Angelim será definido no segundo turno. A depender do resultado, e do empenho do novo prefeito, será possível fazer análises de como o eleitor se comportará em 2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentario é importante para nós!